terça-feira, 7 de outubro de 2008

Formação Docente

Este texto vincula-se a pesquisa que objetivou investigar o processo de Formação dos Professores. A investigação buscou repensar, cada vez mais, que o loccus de discussão dos saberes constituintes da docências e das especificidades da ação educativa aser privilegiado é a escola, além de contribuir para o entendimento de novos vínculos entre o trabalho e a educação. As reflexões apresentadas ponderam sobre a gama de possibilidades decorrentes do ato de deslocar a Formação de Professores da Universidade para as salas de aulas da Educação Básica. E após a universidade para a prática da sala de aula, como fica a Formalção dos Professores para a melhoria do ensino – aprendizagem.
A preocupação com a Formação de Professores é também cultural, ou seja, será que a sua formação inicial o está preparado para ir as escolas e ser bem sucedido ? Lógico que este problema não é restrito ao campo da educação. Há outras pré condições sociais que precisam ser atendidas para que os professores possam ter sucessos. É preciso ver se eles tem tempo para trabalharem juntos, se as reformas são impostas de cima ou se os professores podem propor reformas apartir da base. Relacionando a isso, há o isolamento das universidades, distantes das ecolas e das comunidades. Muitos professores não estão aprendendo a observar e aprender com as comunidades a incorporar, de modo positivo, os recursos cultrais que as crianças trazem para a escola. Há ainda uma visão de déficit cultural.
Viygotsky trabalha com a noção de que a relação do homem com o mundo não é uma relação direta, mas, fundamentalmente,uma relação mediada. As funções psicológicas superiores apresentam uma estrutura tal que entre o homem e o mundo real existem mediadores, ferramentas auxiliares da atividade humana.
Viygostky busca compreender as características do homem através do estudo da origem e desenvolvimento da espécie humana, tomando o surgimento do trabalho e aformação da sociedade humana, com base no trabalho como sendo o processo básico que vai marcar o homem como espécie diferenciada. No trabalho desenvolve-se, por um lado, a atividade coletiva e portanto, as relações sociais e ,por outro lado a criação e utilização de instrumentos.
A sugestão é de que haja programas descentralizados da universidade com pessoas da comunidade para serem educadores profissionais para transmitir conhecimento cultural, ou seja, os professores devem ser acordados para que reexaminem o que aprenderam, pois na história da formação foi seletiva, ignorando a contribuição de vários grupos. A preparação é muito acadêmica, incluindo muito mais material relacionado com a educação multicultural do que outros programas.
Temos no meio acadêmico pessoas adquirindo conhecimentos novos e novas habilidades, mas, em geral, elas não se tormnam pessoas diferentes, ou seja, não tem-se transformações de pespectivas básicas. Um exemplo, se um racista entrar no processo educativo, vai continuar assim ao sair, porque não é suficientemente atingido. Mas há bastante conteúdo sobre educação multicultural, sobre igualdade e justiça social.
A Formação de Professores está ligada quase total a bibliografia acadêmica. Há cursos espécificos que se baseiam a estudar se a aprendizagem é cognitiva ou socio-cultural, porém não há reconhecimento de teorias produzidas por aqueles que estão na prática. Escrevem-se pouco sobre a importância da Formação de Professores. Há sim professores que fornecem oportunidades para aqueles que estão na universidade pesquisando; mas não são vistos como fonte de teoria e conhecimento. Acredita-se que seria prudente, trabalhar em um equilíbrio entre o conhecimento acadêmico e o conhecimento dos que estão na prática, co-participação em pesquisas.
Diante desta problemática da Formação de Professores, é importante que ao sair da universidade os professores, passem mais tempo nas escolas, das áreas que atuam, conhecendo o seu aluno, e, concomitantemente, dar textos que levem idéias críticas para ser lidos, integrando idéias dos grandes teóricos ao contexto prático dos professores, de maneira que percebam a relevancia das idéias, estas que sejam contagiantes e não afaste, parte dos professores.
A linguagem é o sistema simbólico básico de todos os grupos humanos. A questão do desenvolvimento da linguagem e suas relações com o pensamento é um dos temas centrais das investigações de Viygotsky.
A própria idéia de que o homem é capaz de operar mentalmente sobre o mundo, isto é, fazer relações, planejar, comparar, lembrar, etc. Supõe um processo de representação mental.
Quando trabalhamos com os processos superiores que caracterizam o funcionamento psicológico tipicamente humano, as representações mentais da realidade exterior, são, na verdade os principais mediadores a serem considerado na relação do homem com o mundo.
Os sistemas de representação da realidade e a linguagem é o sistema simbólicoi básico de todos os grupos humanos, são, portanto, socialmente dados.
Por isso, é importante que se dê oportunidade ao professor estudar e analisar situações reais de aprendizagem para que provoquem transformações sociais e consequentemente, desenvolvimento aliado a aprendizagem.
O processo pelo qual o indivíduo internaliza a matéria prima fornecida pela cultura, não é pois, um processo de absorção passiva, mas de transformação, de síntese. Esse processo é, para Viygostsky, um dos principais mecanismos a serem compreendidos no estudo do ser humano. È como se, ao longo do seu desenvolvimento, o indvíduo “ tomasse posse” das formas de comportamento fornecidas pela cultura, num processo em que as atividades externas e as funções interpessoais transformam-se em atividades internas, intra-psicológicas.
Existem inúmeras dificuldades na Formação Continuada de Professores. E uma problemática que demanda algo mais do que recursos financeiros e competência administrativa, pois um dos seus mais sérios obstáculos é de ordem político-cultural.
Em virtude do desenvolvimento de novas tecnologias e das novas formas de trabalho que elas geraram, várias mudanças se apresentam na organização do trabalho e nas formas de relação social. Por isto, os gestores de políticas públicas educacionais e os demais profissionais da educação precisam-se atualizar e se aperfeiçoar para conseguir tornar essas transformações como referências para decisões e orientações.
A cultura, entretanto, não é pensada por Viygostky como algo pronto, um sistema estático ao qual o indivíduo se submete, mas como uma espécie de “palco de negociações” , em que seus membros estão em constante movimento de recriação e reinterpretação de informações, conceitos e significados. A vida social é um processo dinãmico, onde cada sujeito é ativo e onde acontece a interação entre o mundo cultural e o mundo subjetivo de cada um.
Para Viygostsky, o fundamneto do funcionamento psicológico tipicamente humano é social e, portanto, histórico. Os elementos mediadores na relação entre o homem e o mundo – instrumento – sígnos e todos os elementos do ambiente humano carregados de significado cultural, são fornecidos pelas relações com os homens.
É importante tambémque, além de propiciar uma boa Formação , é necessário resgatar o desejo no trabalho docente, para tanto, é importante, que todos os profissionais da educação redescubram cotidianamente como pessoas humanas e sensíveis e, repensem seus projetos por meio de um currículo vivido.
Neste currículo implica repensar e ressignificar o projeto educativo traduzido na proposta político – pedagógica da escola nos projetos de cada campo de saber nos princípios que orientem as aprendizagens significativas, nas temáticas que possam incorporar os projetos dos alunos e das famílias destes. Implica que cada um de nós na tentativa de fazer cidadão, possa se fazer deixar invadir e fecundar pela possibiliodade de sentir-se mais vivo, crítico, humilde, amoroso, corajoso, autônomo e justo, reencontrando a paixão perdida e reconciliado-se com a existência humana, estando atento e sensível para ler mais do que palavras gestos ou símbolos, mas atento aquilo que o coração deseja que aos olhos não é permitido conhecer facilmente.
Existem algumas possibilidades de caminhar e correr riscos e construir uma sociedade democrática e multicultural, que passa pela concretização da cidadania. Mas o que significa estes valores? Para tanto, é preciso pensar em que contexto vivemos e como dedsejamos que o nosso futuro se faça a partir do nosso presente. Precisamos encontrar a esperança e revisitá-las para que a utopia possa realizar-se. Para acontecer, é preciso ter clareça de alguma das nossas crenças, e nos mantermos apaixonado, mas temos que estar atento para algumas pistas, conforme Alícia Fernandes ( 1998 ): o – a professor necessita desenvolver seu senso de humos, ter amor pelo conhecimento, transitar entre a ética e a estética ( ciência e arte ) e, por último, ter sabedoria para situar-se entre o que deve ser guardado e o que deve ser mostrado.
Diz Paulo Freire que: é preciso ousar para dizer científicamente e não blá-blá que estudamos, aprendemos, ensinamos, conhecemos com o nosso corpo inteiro com os sentimentos, com as emoções, com os desejos com os medos, com as dúvidas, com a paixão e tambem com a razão crítica. Jamais com esta apenas. É preciso ousar para jamais dicotomizar o cognitivo e o emocional ( Freire, 1993. P. 10 ) .
O grupo humano, teve de criar um sistema de comunicação, que permitisse troca de informações espcíficas, e ação no mundo com base em significados pelos vários indivíduos empenhados no projeto coletivo ( Vygostky).
Estas trocas de informações são importantes, de forma a compreender o sentimento e os anseios das crianças, diagnosticando e realizando as intervenções necessárias.
Além desses fatores sitados, há também alguns entraves na Formação de professores. É sabido e consensual que há poucos instrumentos na carreira docente, principalmente, no que diz respeito ao salário e a Formação prévia e ou em serviço.
Com relação a Formação e a carreira de professores seus salários e condições de trabalhos ( local, infra-estrutura, material didático) as iniciativas tem sido até aqui, mais que modestas. Como se o professor se fabricasse num passe de mágica ou como se um sistema educacional que é a base de uma nação, pudesse funcionar através de “quebra – galho” dando-se sempre um jeitinho e que tivesse soluções mirabolantes, retornando muitas vezes toda a responsabilidade nas mãos dos professores.
Vygostsky, chama a atenção para o fato de que, para compreender adequadamente o desenvolvimento devemos considerar não apenas o nível de desenvolvimento real da criança, mas também o seu nível de desenvolvimento potencial, isto é, sua capacidade de desempenhar tarefas com ajuda de adultos ou de companheiros mais capazes. Há tarefas que uma criança não é capaz de realizar sozinha, mas que se torna capaz de realizar se alguém lhe der instruções.
Para o professor apreender estas teorias, é preciso estudo continuado, análise coletiva e individual, internalisando, para mudar asua prática, entretanto, é necessário oprtunizar para vivenciar estas reflexões e participar ativamente de experiências comprovadas, adquirindo conhecimento, corrigindo distorções do processo inicial ( na parte acadêmica) para reflexão em relação as mudanças que serão introduzidas.
De acordo com Chantraine Demailly ( 1995, P. 143 ), a Formação de Professores deve ser segundo três modelos: o primeiro, o chamado “modelo universitário” no qual a relação simbólica formador-formando tem semelhanças com a que profissões liberais mantêm os seus clientes incluindo a realização de cursos de nível superior; de graduação ou pós graduação; o segundo denominado “modelo escolar”, o ensino é organizado por um poder legítimo exterior aos professores: igreja, estado ou nação, envolvendo atividades de aperfeiçoamento e qualificação sem que se configurem como de nível superior. Nestas duas modadlidades predomina uma sistemática de controle institucional de frequencia e desempenho. Já o terceiro modelo denominado “interativo-reflexivo” , implica uma relação em que formadores e formandos são colaboradores os saberes são produzidos em parceria, resolvendo e participando da resolução de problemas práticos. Nesta Formação, ela se dá através de reuniões pedagógicas, grupo de pesquisa de trabalho, conselhos e assembléias. Existem ainda as fomas mistas que combinam dois ou mais desses modelos.
Como na escola, o aprendizado é um resultado desejável, é o próprio objetivo do processo escolar, a intervenção é um processo pedagógico privilegiado. O professor tem o papel explícito de interferir na zona de desenvolvimento proximal dos alunos, provocando avanços que não ocorreriam expontaneamen te. O único bom ensino afirma Vygostky é aquele que se adianta ao desenvolvimento. Os procedimentos regulares que ocorrem na escola- demonstração, assistência, fornecimento de pistas, instruções, são fundamentais na promoção do “ bom ensino”.